Entrego meu coração para o vento
E não tento mais resolver
Aquilo que não me faz viver
Já icei as velas,
Já mirei o horizonte
Há um monte logo ali
Um monte de coisas que não vi ainda
E não sei onde vai dar
No momento, no entanto,
só procuro o meu canto
Para cantar sozinho,
bem longe
do barulho silencioso das ofensas,
da atmosfera tensa das palavras,
bravas ondas sem amor
ditas ao vento, sem temor
sem olhar pro amanhã
sem piedade ou dó.
Estou só
nessa jornada pelo mar,
pelo ar da graça, na praça,
na rua, na estrada da vida.
na comprida missão que nunca termina
Um vento sopra suave sobre mim
Um consolo me afaga e me abraça
Mesmo sem companhia
na fria senda das águas e das ondas
O mar é profundo
Mais profundo é meu pensamento
Um alento solitário
enquanto remo calado
Parado que estou
Perplexo fiquei
não há mais ninguém
A lua aparece tranquila no céu
as nuvens cobrem seu sorriso prateado
as mesmas que choveram ontem
que um dia transbordaram o oceano
esse insano mar das desavenças
(Yldo Gaúcho)
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